sábado, 23 de outubro de 2010

gratos por quê?

Gratos, mas nunca tarde demais

A pobre mãe estava moribunda. Em todas as direções, telegramas foram enviados, chamando os filhos. Procurando os meios mais rápidos, voavam estes jovens, pedindo a Deus que prolongasse a vida dela até que chegassem.
"Oh Senhor, chegar a tempo para olhar pela última vez, dar um aperto de mão, uma última carícia, antes que a vida se vá ..."

Rodeavam o leito da enferma, olhando as mãos gastas de tanto trabalhar em favor deles.
A fronte enrugada pelas tarefas diárias a executar. Os olhos semi-cerrados, mas que sempre expressaram carinho e doçura. Os filhos não puderam esconder a angústia de seus corações e nem sufocar o soluço.

O mais velho, inclinando-se, beijou o rosto da anciã e lhe disse: "Mãe querida, a senhora foi tão boa para nós e queremos dizer-lhe o quanto a amamos e lhe somos gratos!"
Os olhos quase cerrados se abriram, e seu rosto se iluminou: "Muito agradecida, filho; comove-me sabê-lo. Mas por que nunca me falou disto antes?"  Foram estas as suas últimas palavras.

Filhos, dizei o quanto amais vossa mãe, vosso pai, enquanto vivem. Não esperem até amanhã, pois poderá ser tarde.
Espalhemos flores enquanto podem ser vistas, admiradas e apreciadas. "Antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço." ( Eclesiastes 12:6 )

Na maioria das vezes, as flores aparecem sobre o ataúde, depois da morte, quando o seu perfume já não pode mais ser sentido. Tarde demais para serem úteis à pessoa que deixou de viver.
A gratidão é uma das mais belas virtudes, enquanto a ingratidão é detestada, tanto no Céu como na Terra. Há filhos ingratos, pais ingratos, amigos ingratos, esposos e esposas ingratos, alunos ingratos, empregados e patrões ingratos; afinal, gente ingrata a Deus e aos homens. Que infelicidade, a ingratidão! Quão admirável a gratidão!

Era festa de formatura. Uma pobre viúva, envolta no seu xale já desbotado, acotovelava-se para achar um lugarzinho a fim de ver o filho receber o diploma de doutor.Durante anos havia lavado roupa, trabalhando aqui e acolá para arranjar o suficiente a fim de que seu filho pudesse continuar o seu estudo na faculdade. Agora era o grande dia de ver o filho formado.
Iniciou-se a festa. Ali estavam o filho e os professores, bem como os muitos parentes.
Festa luxuosa, brilhante, encantadora. A pobre viúva sentia-se acanhada no meio de tanto luxo e sabedoria. Os discursos foram pronunciados e chegou o momento da entrega dos diplomas.
Qual não foi a grata surpresa da velhinha, quando o filho foi classificado como sendo o melhor aluno da classe, entregando-se-lhe, além do diploma, uma medalha de ouro.

Mas, enquanto a multidão aplaudia, deu-se um dos mais belos gestos de toda a festa.
O filho da velhinha, com a medalha na mão, com passos firmes se encaminha em direção da mãe e, levando-a para frente, disse: "Senhores, esta medalha não é minha, mas pertence a esta velha viúva que é minha mãe, por ter sacrificado tudo em meu favor."
Em seguida colocou a medalha no peito de sua velha mãe.
O auditório explodiu em aplausos prolongados por este filho grato no momento exato.

Terminada a festa, o filho saindo de braço com sua adorável mãe, ouviu-se o seguinte de um assistente que perguntou à velhinha: "A senhora deve sentir-se orgulhosa em ter um filho tão grato assim, não é?" E então se ouviu a resposta do filho:"Mas muito mais orgulhoso sou eu em ter uma mãe como esta."
Sejamos gratos, em vida, mas nunca tarde demais, pois então será inútil. Digamos aos que ainda vivem, o quanto os amamos, pois amanhã poderão estar em condições de não mais poderem ouvi-lo.

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