sexta-feira, 29 de outubro de 2010

gratos por quê?'

Gratos pela morte

"Num leito de dor estava um menino de poucos anos de idade. Uma doença insidiosa e cruel ia-lhe arrebatando as forças dia a dia.
A mãe do pequeno sabia que este hamais se levantaria do leito, mas evitava falar-lhe da morte. Passava horas e horas lendo histórias para distrair-lhe a mente. Certa ocasião leu o relato de alguns heróicos guerreiros que morreram na batalha. Pensatvo, pergunta o menino: 'Mamãe, o que é morrer?' Essa pergunta deixou a pobre senhora desorientada.
Lágrimas deslizaram-lhe pela face. Fez de conta que tinha de ir à cozinha, cuidar de alguma coisa. Ajoelhou-se ao lado do fogão, suplicando a Deus que lhe desse sabedoria para responder acertadamente à criança.
De repente lembrou-se de alguma coisa. Foi até a cabeceira da cama e com calma se pôs a conversar com o enfermo.

" - Joãozinho - pergunta a mãe - quando você ainda era forte e podia brincar bastante, ao chegar à tarde e sentir cansaço, que fazia?

" - Ora, mamãe, eu ia me deitar na cama da senhora.
" - Muito bem; e quando o papai chegava de noite, que fazia com você?

" - Me pegava com os fortes braços e me punha na caminha.
" - E onde você estava ao acordar no dia seguinte?

" - Em minha própria cama.
"Acariciando o rosto do pequeno, com toda a doçura de mãe, ela conclui:

" - Filhinho, morrer é exatamente assim. É dormir numa cama que não é nossa para sempre ( a sepultura ), até que Jesus volte e nos dê a vida eterna em Seu reino."
Pois bem, desde a entrada do mal, do sofrimento e decadência, Deus teve que intervir para que o sofrimento não fosse eterno, mas que tivesse o seu tempo e depois o descanso.
Interveio Deus de duas maneiras para que o sofrimento não fosse perpetuado.
Diz a Escritura Sagrada: " ... para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente... "  Deus expulsou o homem, depois de pecar, do Jardim do Éden, pondo anjos como guardas da árvire da vida, a fim de que não comessem desta; do contrário, o sofrimento do homem seria perpetuado.

Gratos, por este amor de Deus para com o desobediente ser humano, impedindo seu eterno sofrimento, num mundo condenado, cheio de espinhos e cardos. Cheio também de tristezas, lágrimas e angústias. Portanto, gratos pela morte.

A outra intervenção de Deus foi enviar Seu Filho, Jesus Cristo, a este mindo para revelar o amor divino para com a humanindae na sua dor e condenação. Veio Jesus para pagar a culpa do homem, morrendo em seu lugar e garantir a esperança da vida eterna pela ressurreição.

Desde a vitória de Cristo sobre o império da morte, esta primeira morte física tornou-se um sono, pois o próprio Jesus, falando do falecimento de Lázaro, disse: "Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo."
Haverá, no entanto, a segunda morte - morte de aniquilamento eterno, conforme escreve João no Apocalipse.
Quanto amor de Deus! Como seria deseperadora a situação do homem sem a morte, pois chega o tempo em que o homem não tem mais desejo de viver. Há falta de viço, de apetite, de coragem, de vitalidade. Desaparece a razão, o cuidado de si mesmo. Não mais controla suas palavras, ações e necessidades e sente-se o desejo de descanso, e isto Deus providenciou por intermédio da morte.

Quão terrível seria para o homem, arrastar-se por séculos infindos, carregando a maldição do sofrimento, sem o descanso que surge com o nome de morte?
Deus não quis que o homem morresse, mas vivesse eternamente na felicidade, sem conhecer o mal e a desgraça. Mas os nossos primeiros pais, dando ouvidos ao anjo rebelde, que falara por intermédio da serpente, desobedeceram a Deus. Consequentemente Deus teve que intervir, decretando a morte, mas ao mesmo tempo planejando como restaurar-lhes a vida eterna. Isto conseguiu enviando Seu Filho a fim de pagar a culpa com a Sua morte e trazendo vida, na ressurreição, para todos que aceitam esta oferta gratuita.

Assim é que isto que aparentemente era a Sua mais sentida desgraça, Deus, por meio de Cristo, fez com que a desgraça se tornasse em benção - um descanso até o dia da vinda de Cristo em glória - quando os que fizeram o bem irão ressucitar para a vida eterna e os que fizeram o mal, para a morte eterna. Esta é a segunda morte, segundo João.
Amor na vida; amor na morte; amor no presente; amor no futuro; amor na felicidade; amor na aparente desgraça; em tudo amor, pois "Deus é amor".

Senhor, gratos até pela morte.

Rodolpho Belz

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